Desde abril de 2019 entrou em vigor em Fernando de Noronha um Decreto Distrital que proíbe a entrada, uso e a comercialização de plásticos descartáveis como canudos, talheres, sacolas, recipientes, garrafas de até 500ml, embalagens de isopor, entre outros . Mas você sabe quais são as regras e o que isso quer dizer?

Pois bem, aqui explicaremos!

O consumo consciente é libertador, porque te permite usar, sem abusar em qualquer área da vida. E é transformador porque ressignifica um monte de atitudes erradas que antes fazíamos sem saber o que isso poderia impactar na vida de alguém ou do planeta.

Trata-se de um círculo benéfico, onde se começa com boas ações, encerra e recomeça o processo, e que cada uma destas pequenas etapas tem um valor enorme no resultado, até do poder de fazer diferença a longo prazo, tanto dentro como fora da ilha.

Outro dia, num papo descontraído com o gerente da Universo (empresa responsável pela coleta de lixo de Fernando de Noronha), fiquei sabendo que a ilha produz 12 toneladas de lixo por dia. Isso mesmo, 12 toneladas, que precisam ser transportadas em navio para fora, para o continente pra que a gente não se torne a ilha mais suja do planeta. Consegue perceber o valor desta informação? Além de estarmos numa ilha, onde qualquer vento pode levar lixo para as praias, existe uma logística interna enorme por trás pra fazer tudo isso acontecer, pra fazer esse lixo sumir dos olhos do visitante.

Ou seja, 01 lixo faz diferença! Um lixo a menos na cabeça de 10 visitantes faz mais ainda, então imagine se essa moda pega? 

Estamos falando de Educação Ambiental, matéria esta que deveria passar nas telas das companhias aéreas no caminho pra cá, pra aos poucos já ir envolvendo cada turista, cada visitante, cada morador nesta causa boa, onde todos têm a ganhar. São lições de vida que aprendemos, mas muitas vezes já esquecemos, ou apenas fazemos de vez em quando. Jogar uma bituca na rua pode ser comum na sua cidade, mas aqui você apaga e guarda até encontrar o próximo lixo, o que mesmo que faz na Suíça. Por que?

Porque a própria sociedade local não discrimina quem o faz. Mas aqui é feio fazer. Deixar as suas sacolas plásticas em casa e não proteger os seu shampoo de estourar na mala pode ser algo completamente fora de razões pra você, mas quando se emerge nos motivos pelos quais eles serão tirados da sua mala, acaba fazendo todo sentido.

Há umas semanas atrás, estava conversando com uma turista, que tinha um saco plástico na bolsa, com uma alça pra foi, onde ela havia colocado uma coxinha que comprou no aeroporto de Recife. A Vigilância Sanitária tão logo viu a sacola, pediu pra ela entregar, não poderia entrar na ilha com ela, não estava autorizada pelas autoridades a produzir mais lixo. No entanto, sob um total novo ponto de vista, ela argumentou pra mim: “Mas se ela tirou a sacola de mim, ELA produziu esse lixo pra ilha, porque eu tenho consciência e levaria este saco plástico de volta pra casa.” Faz total sentido, uma pena que nem todos pensem assim, e por isso medidas tão severas precisam ser tomadas.

É por isso que estes profissionais estão lá, no aeroporto à postos pra tirar isso do turista caso vejam, porque contar com a consciência de cada um, infelizmente não é uma opção.